Duque de Caxias | 09 de julho de 2020 - 12:23

Justiça suspende retorno das aulas em Duque de Caxias

Baixada Fácil

Justiça suspende retorno das aulas em Duque de Caxias

Decisão obtida pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), nesta terça-feira (07/07), suspendeu o decreto publicado pela Prefeitura de Duque de Caxias que autorizou o retorno das aulas nesta semana. A determinação é da 3ª Vara Cível daquela cidade e vale até a realização de uma audiência de mediação entre as partes, designada para ocorrer daqui a 10 dias. 

A Defensoria Pública chegou a enviar recomendação à prefeitura sugerindo que as atividades presenciais das escolas retornassem apenas nas últimas etapas de flexibilização do isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus, após confirmado o baixo grau de risco de contágio. Mas diante do decreto, a instituição foi à Justiça.  

A defensora pública Isabel Fonseca, que atua na Coordenação de Saúde e Tutela Coletiva da DPRJ, explicou que, na petição ao Poder Judiciário, a DPRJ pediu, entre outros pontos relativos à flexibilização do isolamento social em Duque de Caxias, a suspensão do Decreto n. 7.626, assinado e publicado pela prefeitura na última sexta-feira (3), após o expediente. 

No pedido, a instituição ressaltou que o retorno das atividades escolares deve ser cauteloso e bem planejado, bem como deve levar em consideração a segurança dos professores, colaboradores, alunos e seus familiares. 

Nesse sentido, a Defensoria Pública pediu a suspensão do decreto até que o município apresentasse “estudo técnico baseado em evidências técnico-científicas, inclusive sanitárias e pedagógicas, e dados socioeconômicos, geográficos, políticos e culturais em que se fundamenta a possibilidade de reabertura das creches e escolas municipais e privadas e retorno das aulas presenciais, considerando que cada setor tem as suas particularidades e devem observar um protocolo específico para o segmento”. 

A juíza Elizabeth Maria Saad atendeu parte da petição e determinou a suspensão das aulas, assim como a realização da audiência de mediação. Além da prefeitura e da Defensoria Pública, serão intimados a participar representantes do Ministério Público (que atua como litisconsórcio na ação), Fiocruz, UFRJ, Cremerj, entre outros interessados.  

”Foi uma importante decisão para garantir que o retorno às atividades escolares se dê de forma segura. O município precisa esclarecer como será realizada a flexibilização gradual, levando em consideração as peculiaridades do setor de educação, que notoriamente gera um grande fluxo de pessoas e possui alto potencial de aglomeração. Também precisam ser definidos os protocolos de segurança, higiene e sanitização a serem observados, tudo para minimizar o risco de contágio entre os integrantes da comunidade escolar”, afirmou a defensora.

Processo: 0014993-82.2020.8.19.0021



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