Colunistas | Saúde Ocular | 26 de maio de 2014 - 09:48

Diagnóstico precoce pode impedir a progressão do Glaucoma

Kátia Mello

Hoje (26/05), é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge até 2% da população mundial acima dos 40 anos. No Brasil, estima-se que o problema afete cerca de 900 mil pessoas. Esta também é uma das principais causas de cegueiras evitáveis. Apesar das lesões serem irreversíveis, se a afecção for diagnosticada precocemente, a perda da visão poderá ser evitada.


Ainda segundo a OMS, quase 90% das pessoas cegas vivem em países do terceiro mundo. Faltam informações e serviços básicos relacionados à saúde ocular para a população mais carente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são imprescindíveis para o controle de problemas oculares graves, como o glaucoma, que na maioria dos casos é assintomático, principalmente no inicio. 


A desinformação sobre o glaucoma pode dificultar ainda mais o diagnóstico precoce. A seguir, listei algumas das principais dúvidas que as pessoas têm sobre a doença.


O que é o glaucoma?
O glaucoma é uma síndrome que causa lesões no nervo óptico, provocadas principalmente pela alta pressão no interior do globo ocular. O nervo óptico é o responsável por transportar informações visuais ao cérebro, portanto, se for lesionado gravemente, poderá comprometer a visão. A doença pode se manifestar de diferentes formas. Entre os principais tipos de glaucoma podem ser citados : glaucoma de ângulo aberto (crônico), glaucoma de ângulo fechado (agudo), glaucoma congênito, glaucoma secundário.


Quais são os fatores de risco para o glaucoma?
Entre os principais fatores de risco para a afecção estão: antecedente familiar, idade superior a 50 anos, miopia, pressão intraocular elevada, diabetes, uso de medicamentos que contenham corticóides e etnia (negro, asiático).


Quais são os sintomas da doença?
Geralmente, o glaucoma é assintomático. Por isso, é tão importante que as pessoas consultem regularmente o oftalmologista, principalmente as que se enquadram nos fatores de risco ou que possuam mais de 40 anos. No entanto, caso sinta dor grave e súbita em um olho, perceba halos coloridos ao redor de luzes, apresente visão diminuída ou embaçada, ou qualquer outra alteração ocular, é imprescindível que procure o oftalmologista imediatamente, pois estes são sintomas que podem indicar a presença de glaucoma. É importante destacar que o glaucoma congênito é presente no nascimento e pode ser percebido nos primeiros meses de vida da criança. Entre os sintomas deste tipo estão: olho vermelho, sensibilidade à luz, lacrimação e aumento de um dos olhos ou de ambos.


Como prevenir o glaucoma?
É preciso ficar atento aos fatores de riscos e consultar o oftalmologista periodicamente, pelo menos uma vez ao ano para as pessoas acima dos 40 anos, e pedir sempre um exame para medir a pressão ocular. Lembrando que este exame é rápido e indolor. É importante destacar ainda que a pressão medida é a do globo ocular, portanto, mesmo não sendo um portador de hipertensão arterial, não significa que o paciente não tenha glaucoma. Buscar ficar informado sobre a doença também é importante, já que os estudos sobre o glaucoma estão avançando continuamente.


Como é feito o tratamento?
O tratamento inclui o uso de medicamentos, como colírios, ou cirurgias, dependendo do caso. O objetivo do tratamento é reduzir a pressão ocular.


Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito através de exames, que atualmente incluem: medição do campo visual; acuidade visual; resposta do reflexo da pupila; teste de tonometria para medir a pressão ocular; gonioscopia (uso de lentes especiais para verificar os canais de circulação do ângulo); imagens do nervo óptico; exame retinal; exame com lâmpada de fenda. Um dos mais recentes exames complementares é a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), que também oferecemos no Centro da Saúde Ocular Kátia Mello. Ele permite uma avaliação mais detalhada do nervo óptico e da camada de fibras da retina, estruturas que sofrem os danos do glaucoma, produzindo imagens com alta resolução e reprodutibilidade.