Cinco Perguntas para... Moduan Matus
O entrevistado deste mês no “Cinco Perguntas para...” é um ícone da poesia na Baixada Fluminense. Aos 63 anos, ele possui 19 livros publicados, é experimentalista em poética, ativista cultural e historiador. Estamos falando de Edgard Vieira Matos, que adotou o pseudônimo de Moduan Matus em 1974, quando começou a escrever poemas, alguns de protesto contra a ditadura militar. Ainda na década de 70, devido ao pouco espaço para a publicação de textos poéticos, o artista passou a escrever seus versos a giz nas portas fechadas de lojas dos centros das cidades da Baixada Fluminense; do município do Rio de Janeiro; de São Gonçalo; e Niterói. Atualmente, ele pode ser visto em todas as últimas quintas-feiras do mês, comandando, ao lado de sua esposa e também poeta, Sil, o Encontro de Poetas & Afins, a partir das 19h, no Cultural Bar, na rua Floresta Miranda, nº79, em Nova Iguaçu.
Confira o nosso papo com o escritor:
1- Como começou seu interesse pela poesia?
A poesia latente em mim só se manifestou depois do primeiro beijo na boca e, logo, à leitura de um poema lírico. No início dos anos 70.
2- Moduan Matus é pseudônimo de Edgard Vieira Matos. Como surgiu esse pseudônimo?
O pseudônimo Moduan Matus foi adotado como forma de esconder o nome próprio e o da família; pois fazia poemas de protesto (panfletário) contra a ditadura, na década de setenta. O pseudônimo veio depois das leituras e releituras dos livros de Carlos Castanheda. O protagonista é o feérico indígena mexicano Dom Juan Matus. Moduan passou a ser parte do nome de meu filho (Thomaz Moduan V. Matos), falecido aos oito meses, em 1988. Depois disso, o pseudônimo ficou mais forte em mim.
3- Como você define o movimento atual de poesia na Baixada Fluminense?
É um Movimento em constante expansão, extensão, busca literária, contextualização, reconhecimento e significância. Ele se legitima pela militância.
4- Poderia, por favor, falar um pouco sobre o sarau Poetas & Afins?
O Encontro de Poetas & Afins surgiu em um momento de adormecimento poético coletivo (abril de 2011). Surgiu para mover a engrenagem, a militância e o intercâmbio; uma vez por mês. Todo poeta deve conhecer o outro da mesma mesorregião e sua obra. Faz parte do pertencimento. Eu e Sil que somos os organizadores. O microfone é aberto e já estamos na 61ª edição.
5- Quem são seus ídolos na poesia?
Tive vários, nacionais e internacionais. Procuro ler e saber de todos. No momento, talvez sejam: Wlademir Dias-Pino, Luis Aranha, Adélia Prado, Evando Nascimento, Antônio Fraga e Matsuo Bashô (todos em releitura). Ao ler, o fascínio fica para sempre.