Os letristas do "Hino Nacional Brasileiro"
Existem os letristas que, apesar de poetas consagrados, pouco se sabe sobre seus livros de poesias, porém, suas letras, ainda que esporádicas, são muito conhecidas, como por exemplo, a letra do "Hino Nacional Brasileiro".
A melodia foi composta no ano de 1822 por Francisco Manuel da Silva (1795/1865) e letrada, posteriormente, em 1906, pelo professor de português do Colégio Pedro II Joaquim Osório Duque-Estrada (1870/1927 - poeta ligado ao Romantismo, porém, com influxos parnasianos), mas que escreveu seu nome na história, não por seus 14 livros lançados, mas por ter letrado o hino. Na verdade, ter feito a segunda letra para esta melodia, porque anos antes, em 1831 o poeta romântico Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva (da primeira geração de letristas brasileiros) já o havia feito, no tempo em que a composição ficou popular por ser em desacato ao ex-imperador, que embarcava para Portugal e era intitulada ainda por “Marcha Triunfal”. Eis a primeira letra:
Os bronzes da tirania
já no Brasil não rouquejam;
os monstros que o escravizavam
já entre nós não vicejam.
(estribilho)
Da Pátria o grito
eis que se desata
desde o Amazonas
até o Prata.
Ferrões e grilhões e forcas
d´antemão se preparavam;
mil planos de proscrição
as mãos dos monstros gizavam.
E continha ainda uma segunda parte, de autoria desconhecida:
Negar de Pedro as virtudes
seu talento escurecer
é negar como é sublime
da bela aurora, o romper.
Da Pátria o grito
eis que se desata
desde o Amazonas
até o Prata.
Convém lembrar, que esta, segundo o professor Deonísio da Silva, não é a primeira melodia e letra do referido hino. Na verdade, segundo o professor de português, escritor e vice-reitor da Universidade Estácio de Sá, a composição que venceu o concurso público foi a melodia do uruguaio Leopoldo Miguez letrada pelo poeta Medeiros e Albuquerque, aprovada entre os 36 candidatos. A letra classificada em primeiro lugar é falsa no que diz respeitos aos fatos:
“Nós nem cremos que escravos outrora
tenha havido em tão nobre país...”
“Do Ipiranga é preciso que o brado
seja um grito soberbo de fé!”
O outrora a que se refere a letra é o ano de 1888, portanto, pouco mais de um ano antes dela. Já o riacho Ipiranga ganhou status de Rio Amazonas na letra.
A comissão julgadora havia reprovado também uma letra anterior a esta, feita por Américo Moura:
“Gravai com buril nos pátrios anais o vosso poder.
Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante.”
Outro grande problema era a nacionalidade do Leopoldo Miguez, por ser uruguaio, este detalhe incomodava demais o Marechal Deodoro da Fonseca:
“Monarquista que proclamara a República, que determinou que o Hino Nacional continuasse a ser aquele dos tempos do Império.” (Deonísio da Silva)
Como se não bastasse essa total insensatez em relação às três letras feitas para as duas melodias do hino, há ainda, um problema maior com relação à segunda melodia. Segundo o professor Sérgio Fonseca, o músico Francisco Manuel da Silva era copista (reprodutor de partituras) e, consciente ou não, usou uma melodia popular da Idade Média, executada pelas pequenas fanfarras da época. Quer dizer, o copista Francisco Manuel da Silva “copiou” toda ela.
Américo de Moura, Medeiros e Albuquerque e Joaquim Osório Duque Estrada são os letristas das duas melodias do Hino Nacional e pouco se sabe sobre seus livros, contudo, entraram para a história como letristas.
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