Mente saudável | 26 de janeiro de 2011 - 13:52

Depressão Infantil

Crianças se deprimem? Essa é uma das dúvidas mais presentes e que geralmente é mal respondida ou negligenciada pelos pais quando bem respondida por um profissional da área de Psicologia ou Psiquiatria.

A depressão é um estado psicológico que pode ser definido por um desinteresse generalizado pelas atividades quotidianas e pelas relações interpessoais. Num adulto esse estado emocional pode ser percebido sem muito esforço.

Entretanto, na criança a detecção da depressão pode se tornar mais problemática em função de seu desenvolvimento, dos preconceitos que envolvem a percepção da infância e principalmente pela forma que a depressão se apresenta na criança.

Crianças se deprimem. E este estado psicológico deve ser observado pelos adultos responsáveis por ela, já que a criança não alcançou maturidade necessária para reconhecer as próprias emoções.

Geralmente manifesta-se por um desinteresse pelas atividades escolares e pelo lazer com os amigos preferidos e um isolamento social e pouca interesse por atividades comunicativas.

Pode ainda se manifestar de outras formas. Desde distúrbios do sono, até agressividade e alterações do apetite. Crianças deprimidas ainda perdem energia física e mental

Vale ressaltar que a análise desses sintomas em separado não permite a definição de uma depressão. Para isso a consulta a um profissional psicólogo é indicada.

As causas de uma depressão infantil podem ser as mais diversas e a consulta a um profissional da área psicológica se faz necessário para averiguação e formulação de um diagnóstico adequado e individual para a recuperação.

Esse estado depressivo pode ser resultante de separação dos pais, de mudanças de endereços freqüentes que não permitam o aprofundamento dos laços sociais, de abusos sexuais, de inadequação escolar, de bullying (violência escolar), de inadequação com o grupo de amigos, dentre outros, de falta de contato afetivo e positivo com os pais.

A depressão infantil é muito confundida com manha. Mas deve ser dito que a manha é um comportamento que visa alguma coisa, visa demover os pais para a realização de algum desejo. Já na depressão esse desejo por alguma atividade ou objeto pode estar ausente.

A depressão infantil pode estar presente em diversas formas, desde um estado depressivo temporário até um estado depressivo onde haja disfunções hormonais mais sérias. Nesse ultimo caso, um profissional endocrinologista, além do profissional psicólogo devem ser consultados.

Algumas dicas úteis para se evitar o estado de depressão infantil:

1. Observe o comportamento de seu filho, preste mais atenção a ele de maneira genuína;

2. Esteja interessado nas atividades de seu filho e de seus círculos sociais, doe tempo de qualidade a ele, seja seu pai/mãe e amigo acima de tudo. Geralmente a distância psicológica pode ser mais prejudicial que a distância física;

3. Converse com ele, firme uma parceria de amizade, respeito e que o permita observar como digno de confiança;

4. Esteja em conexão com os professores, orientadores, supervisores e babá de seu filho, procure saber do dia dele;

5. Ame-o mais que a seu trabalho na prática;

6. Ausência dos pais ou uma presença de pouca qualidade afetiva positiva podem contribuir para um estado depressivo;

7. Estimule a autonomia, ao invés de proibir decididamente alguma coisa, busque a conversa. Injustiças dos pais contribuem para um estado depressivo temporário;

8. Eles ficam com babá? Os pais trabalham? Cuidado redobrado na observação e na qualidade do pouco tempo que resta no lazer com os filhos;

9. Qualquer depressão está incluída num contexto disfuncional, pense qual seria esse contexto e procure evitá-lo;

10. O desempenho e a motivação escolar têm diminuído consideravelmente? Busque saber o que está acontecendo na escola, converse com os professores;

11. Percebe o seu filho isolado dos demais? Converse com ele sem impor a necessidade de se relacionar com os demais;

Por fim, se desconfia de que seu filho esteja com depressão, procure um profissional psicólogo e um médico psiquiatra para a assistência profissional adequada, antes que esse estado depressivo comprometa os desempenhos escolares, sociais e familiares de seu filho.

Afinal, os filhos precisam de cuidado e de atenção. Não devem ser postos em atividade para ocupar o tempo e desocupar o tempo dos pais. Ter um filho é ter responsabilidade de amor através de atenção acima de tudo.


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Sobre o autor

Psicólogo Clínico Graduado e Formado em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da UFRJ
www.marceloquirino.com Docente em Psicologia do Seminário Batista Teológico de Duque de Caxias

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