Projeto Do Mangue ao Mar abre inscrições para ecoclubes em Magé e Itaguaí
Com o propósito de fomentar o protagonismo jovem em prol das boas práticas socioambientais, o Projeto Do Mangue ao Mar — uma iniciativa da ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro — está com inscrições abertas para as formações dos primeiros ecoclubes de Itaguaí e Magé. Adolescentes de 15 a 17 anos poderão se inscrever gratuitamente para os processos seletivos. As inscrições serão realizadas, de modo on-line, do dia 01 de agosto a 3 de setembro.
A iniciativa também celebra o Dia Internacional da Juventude, comemorado em 12 de agosto. Essa data tem como objetivo focar na educação e sensibilização dos jovens em relação à responsabilidade que assumem como representantes do futuro do planeta.
Cada município contará com 15 vagas. Serão disponibilizadas ainda seis vagas para cadastro reserva em Itaguaí (Base Costa Verde) e nove em Magé (Base Guanabara). Os selecionados para início imediato receberão uma bolsa-auxílio mensal no valor de 450 reais.
Das vagas disponíveis, 5% serão reservadas para pessoas com deficiência. Essa reserva é obrigatória, de acordo com a Lei nº 7.853/1989 e o Decreto nº 3.298/1999, alterado pelo Decreto nº 5.296/2004. O processo de aprendizagem e as ações organizadas pelo Projeto Do Mangue ao Mar serão realizados ao longo de 12 meses consecutivos, começando em outubro de 2023 e terminando em setembro de 2024, com dois encontros semanais, de três horas cada. As atividades ocorrerão nas comunidades dos participantes ou em escolas próximas. Em Magé, a maioria delas será realizada na sede da Associação Remanescente do Quilombo do Feital e da Associação Luthando Pela Vida.
Também haverá aulas práticas, em complementação à formação teórica, fora de sala, com o acompanhamento de um instrutor.
Para concorrer às vagas, os adolescentes devem ter concluído ou estar cursando o sexto ano do ensino fundamental; estar devidamente matriculado e frequentando a escola, caso não tenha concluído o ensino médio; possuir renda familiar igual ou inferior a três salários mínimos; e apresentar o Certificado Nacional de Vacinação da Covid-19 atualizado.
Os jovens interessados em participar da seleção na Base Costa Verde precisam residir no município de Itaguaí. Filhos de pescadores artesanais, catadores de caranguejo, maricultores, caiçaras, quilombolas e indígenas terão um acréscimo de 20% na nota geral do processo seletivo, mediante comprovação do vínculo a um desses grupos.
Na Base Guanabara, as vagas são destinadas a adolescentes associados a uma das três comunidades atendidas pelo projeto em Magé: Quilombo do Feital, Quilombo Maria Conga e Associação Luthando Pela Vida.
O processo seletivo será composto por três etapas: prova escrita, redação e entrevista individual. A prova escrita aborda questões de múltipla escolha relacionadas ao tema do projeto, enquanto a redação é avaliada quanto ao uso correto da língua portuguesa, organização do texto, relevância para o tema proposto e originalidade. A entrevista individual é a etapa final, que possui um peso maior na pontuação total e avalia a motivação, experiências anteriores, habilidades de comunicação e conhecimento sobre o assunto.
O resultado final do processo seletivo será divulgado no dia 26 de setembro nas redes sociais do projeto. Os candidatos aprovados na entrevista deverão comparecer, acompanhados de um responsável legal, no dia 07 de outubro para a inscrição. Serão solicitados documentos como RG, CPF, comprovante de residência, comprovante de matrícula, frequência escolar, entre outros.
Todos os interessados, que preencherem os critérios para participação, poderão se inscrever por meio dos formulários: https://forms.gle/1XQ5eQoCzQSaRfYt9 (Itaguaí) e https://forms.gle/bnE6X85NkTToZPWS8 (Magé), do dia 01 de agosto a 03 de setembro, às 23h59. Os editais com todas as orientações podem ser conferidos nos endereços: facebook.com/projetodomangueaomar e instagram.com/mangueaomar.
Protagonismo jovem
Os ecoclubes são um movimento internacional de participação juvenil. Liderado pelos próprios jovens, os participantes articulam ações buscando a mudança da realidade das localidades onde estão inseridos por meio de campanhas de sensibilização e propostas que promovam a sustentabilidade.
“Nosso objetivo é sensibilizar e mobilizar jovens para se tornarem agentes de mudança alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Agenda 2030. Através de atividades educacionais, práticas e participativas, o Ecoclube visa incentivar a conservação da natureza, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização do patrimônio cultural e o fortalecimento das comunidades locais”, explica a coordenadora de Educação Ambiental do Projeto Do Mangue ao Mar, Andresse Maria.
“Uma série de fatores nos leva a implantar os primeiros ecoclubes de Itaguaí e Magé. Primeiro, pelos problemas socioambientais diagnosticados e, ainda, pela capacidade de assimilação de boas práticas, tão comuns aos jovens. Esta ação, consorciada com um grande trabalho de educação ambiental, nos permite praticar a máxima — comumente atribuída a Pitágoras — de que se educarmos os pequenos, não será preciso punir os homens”, ressalta o presidente da ONG Guardiões do Mar e coordenador do Projeto Do Mangue ao Mar, Pedro Belga.
Sobre o Projeto Do Mangue ao Mar
O Projeto Do Mangue ao Mar — realizado pela ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro — une ambientalistas, lideranças e juventude de comunidades tradicionais (pescadores artesanais, caiçaras, catadores de caranguejo, indígenas e quilombolas) para fomentar o protagonismo dos povos do mar. Juntos, eles buscam soluções para os problemas socioambientais diagnosticados, incentivam o turismo de base comunitária com a valorização da cultura local, além de realizarem formações continuadas, atividades de educação ambiental crítica, pesquisas e eventos no entorno das Baías de Guanabara e Sepetiba.
Atuando com conservação de manguezais e democratização de conhecimento sobre os ambientes costeiros marinhos e valorização de povos tradicionais, o projeto oferecerá pagamento de serviço ambiental para catadores de caranguejo e pescadores artesanais, via transferência de renda (bolsa-auxílio) para trabalho de limpeza nos manguezais do recôncavo da Baía de Guanabara. Esse ambiente representa o último reduto remanescente de manguezal em área contínua do estado do Rio de Janeiro, onde restam apenas cerca de 30% de sua cobertura original.
Muito além de berçários e fonte de alimento para peixes, crustáceos, moluscos e aves, os manguezais são ainda aliados contra as mudanças climáticas. Eles sequestram de quatro a cinco vezes mais carbono que as florestas tropicais.
Sobre a Guardiões do Mar
A ONG Guardiões do Mar, há 25 anos produz e apoia a ciência, promovendo o protagonismo juvenil e mobilizando comunidades para a conservação e/ou restauração de ecossistemas costeiros, em especial no combate ao lixo no mangue e no mar. Junte-se a nós neste movimento. Siga as redes da @guardioesmar e do @mangueaomar e apoie o futuro dos manguezais brasileiros. Eles são importantes aliados no combate a emergências climáticas, além de oferecerem serviços ecossistêmicos que fomentam a socioeconomia e sociobiodiversidade local.