Olho vivo, faro fino | 24 de agosto de 2011 - 16:14
O polivalente João Felício dos Santos
João Felício dos Santos nasceu na cidade de Mendes, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 1911.
Filho do engenheiro e jornalista João Felício dos Santos e de Amanda Felício dos Santos, sobrinha do maestro Leopoldo Miguez.
Polivalente, atuou como topógrafo, jornalista, publicitário, carnavalesco, autor de livros infantis, romancista-historiador, poeta, letrista e ator.
Seu primeiro livro, “Palmeira Real” (poesias), foi publicado em 1934, quando tinha apenas 23 anos de idade. Logo depois viria a dar início aos seus romance-históricos, tendo em vista sua profissão de topógrafo do Ministério de Viações e Obras do governo que o levou aos confins do Nordeste. Como um Euclides da Cunha contemporâneo, ele ficaria do lado não-oficial da história, perfilando em seus romances personalidades como Ganga-Zumba, Anita Garibaldi, Xica da Silva, João Abade (de Guerra dos Canudos), Carlota Joaquina e Domingos Calabar (em Major Calabar), personas muitas das vezes “não grata” à história oficial e por isso execrados dos livros didáticos.
Autor de uma obra, principalmente centrada no romance-histórico, publicou em vida os seguintes livros: "Palmeira Real" (poesias/1934); "O pântano também reflete estrelas" (romance/1949); "João Bola" (infantil/1956); "João Abade" (romance/1958); "Major Calabar" (romance/1960); "Ganga Zumba”" (romance/1962 - com ilustrações de Carybé); "Cristo de lama" (romance/1964); "A Menina e o Navio" (infantil/1964); "Canto Geral das Minas de Goytacazes" (poesias/1965); "Zag, Zeg, Zig no espaço" (infantil/1967); "Carlota Joaquina, a Rainha Devassa" (romance/1968); "Ataíde, azul e vermelho" (romance/1969); "Do Ipiranga à Transamazônica" (infantil/1972); "O Doquinha" (infantil/1973); "A Marca e o Logotipo Brasileiros" (livro técnico/1974); "Nico Piá" (infantil/1975); "Xica da Silva" (romance/1976); "Os Trilhos" (romance/1976); "A Guerrilheira - O Romance da vida de Anita Garibaldi" (romance/1979); "Benedita Torreão da Sangria Desatada" (1983) e "Margueira Amarga", romance, em 1985, com ilustrações de Poty.
Em jornalismo trabalhou como Editor Chefe nas publicações Revista Mundo Católico (1955 a 1957); Revista Brasil constrói (1960), Revista Kosmopolita e colaborou com artigos e críticas para o jornais Correio da Manhã, O Globo e Gazeta do Rio.
Escreveu os argumentos de "Cristo de Lama", de Wilson Silva (1966) e de "Parceiros da Noite", de José Medeiros, em 1980. Como ator trabalhou em dois filmes de Cacá Diegues: “Ganga Zumba”, do ano de 1963, baseado em seu romance homônimo e "Xica da Silva”, do ano de 1974, no qual fez o papel de um reverendo. Este talvez seja o único filme de época que gerou um romance. Geralmente um filme de época é baseado em um romance, mas neste caso se deu o contrário, seu romance histórico "Xica da Silva" foi inspirando pelo filme. Por fim, escreveu o roteiro e fez a pesquisa para a fita “Quilombo”, de Cacá Diegues, lançada em 1984 e que teve Gilberto Gil como o autor da trilha sonora, destacando-se ainda o percussionista Reppolho como o principal músico nas gravações da trilha.
Como carnavalesco foi autor de várias sinopses de enredo para blocos carnavalesco e uma escola de samba do Rio de Janeiro, entre eles, “O negro na história do Brasil” – Bloco Carnavalesco Canários de Laranjeiras, em 1970; ”A Virgem Intocável” – Bloco Carnavalesco Canários das Laranjeiras, do ano de 1975; ”A Cidade Verde” – Bloco Carnavalesco Canários das Laranjeiras, em 1978 e ainda o enredo “Adolã, Cidade Mistério”, criado em parceria com José Félix Garcez Neto para a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense no ano de 1985.
Como letrista de música popular compôs o choro “Pranto”, em pareceria com Gadé, logo depois gravado por Rosita Gonzáles; o samba-exaltação “O índio”, com o mesmo parceiro, o músico, um tanto sumido, Gadé, e ainda a toada “Dandara”, esta última em parceria com o desconhecido músico Manoel Brigadeiro.
A vida João Felício dos Santos daria um romance, isto com certeza!
Interessado na verdadeira história do Brasil fez diversas viagens pelos mais distantes rincões de país, às vezes, a serviço do governo e na maioria delas, por conta própria. Sobreviveu a três naufrágios, um duelo, uma queda em poço de elevador e à morte do filho, jovem oficial da FAB que desapareceu com avião e em numa tempestade na Serra do Mar. Acusado de subversão e enquadrado no AI-5, também foi perseguido pelos catedráticos da “História Oficial” por seus romances que davam preferência ao discurso dos excluídos.
Faleceu em 13 de junho de 1989 na cidade do Rio de Janeiro, mas sobreviveu a essa parca-memória nacional através de seus livros. Seus leitores e amigos torcem para que sejam publicados seus trabalhos inéditos, entre os quais “A Força Vermelha” (1987) e o romance “Rotas de Além-Mar” (1988), além de um livro de poesias e roteiros para cinema.
Filho do engenheiro e jornalista João Felício dos Santos e de Amanda Felício dos Santos, sobrinha do maestro Leopoldo Miguez.
Polivalente, atuou como topógrafo, jornalista, publicitário, carnavalesco, autor de livros infantis, romancista-historiador, poeta, letrista e ator.
Seu primeiro livro, “Palmeira Real” (poesias), foi publicado em 1934, quando tinha apenas 23 anos de idade. Logo depois viria a dar início aos seus romance-históricos, tendo em vista sua profissão de topógrafo do Ministério de Viações e Obras do governo que o levou aos confins do Nordeste. Como um Euclides da Cunha contemporâneo, ele ficaria do lado não-oficial da história, perfilando em seus romances personalidades como Ganga-Zumba, Anita Garibaldi, Xica da Silva, João Abade (de Guerra dos Canudos), Carlota Joaquina e Domingos Calabar (em Major Calabar), personas muitas das vezes “não grata” à história oficial e por isso execrados dos livros didáticos.
Autor de uma obra, principalmente centrada no romance-histórico, publicou em vida os seguintes livros: "Palmeira Real" (poesias/1934); "O pântano também reflete estrelas" (romance/1949); "João Bola" (infantil/1956); "João Abade" (romance/1958); "Major Calabar" (romance/1960); "Ganga Zumba”" (romance/1962 - com ilustrações de Carybé); "Cristo de lama" (romance/1964); "A Menina e o Navio" (infantil/1964); "Canto Geral das Minas de Goytacazes" (poesias/1965); "Zag, Zeg, Zig no espaço" (infantil/1967); "Carlota Joaquina, a Rainha Devassa" (romance/1968); "Ataíde, azul e vermelho" (romance/1969); "Do Ipiranga à Transamazônica" (infantil/1972); "O Doquinha" (infantil/1973); "A Marca e o Logotipo Brasileiros" (livro técnico/1974); "Nico Piá" (infantil/1975); "Xica da Silva" (romance/1976); "Os Trilhos" (romance/1976); "A Guerrilheira - O Romance da vida de Anita Garibaldi" (romance/1979); "Benedita Torreão da Sangria Desatada" (1983) e "Margueira Amarga", romance, em 1985, com ilustrações de Poty.
Em jornalismo trabalhou como Editor Chefe nas publicações Revista Mundo Católico (1955 a 1957); Revista Brasil constrói (1960), Revista Kosmopolita e colaborou com artigos e críticas para o jornais Correio da Manhã, O Globo e Gazeta do Rio.
Escreveu os argumentos de "Cristo de Lama", de Wilson Silva (1966) e de "Parceiros da Noite", de José Medeiros, em 1980. Como ator trabalhou em dois filmes de Cacá Diegues: “Ganga Zumba”, do ano de 1963, baseado em seu romance homônimo e "Xica da Silva”, do ano de 1974, no qual fez o papel de um reverendo. Este talvez seja o único filme de época que gerou um romance. Geralmente um filme de época é baseado em um romance, mas neste caso se deu o contrário, seu romance histórico "Xica da Silva" foi inspirando pelo filme. Por fim, escreveu o roteiro e fez a pesquisa para a fita “Quilombo”, de Cacá Diegues, lançada em 1984 e que teve Gilberto Gil como o autor da trilha sonora, destacando-se ainda o percussionista Reppolho como o principal músico nas gravações da trilha.
Como carnavalesco foi autor de várias sinopses de enredo para blocos carnavalesco e uma escola de samba do Rio de Janeiro, entre eles, “O negro na história do Brasil” – Bloco Carnavalesco Canários de Laranjeiras, em 1970; ”A Virgem Intocável” – Bloco Carnavalesco Canários das Laranjeiras, do ano de 1975; ”A Cidade Verde” – Bloco Carnavalesco Canários das Laranjeiras, em 1978 e ainda o enredo “Adolã, Cidade Mistério”, criado em parceria com José Félix Garcez Neto para a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense no ano de 1985.
Como letrista de música popular compôs o choro “Pranto”, em pareceria com Gadé, logo depois gravado por Rosita Gonzáles; o samba-exaltação “O índio”, com o mesmo parceiro, o músico, um tanto sumido, Gadé, e ainda a toada “Dandara”, esta última em parceria com o desconhecido músico Manoel Brigadeiro.
A vida João Felício dos Santos daria um romance, isto com certeza!
Interessado na verdadeira história do Brasil fez diversas viagens pelos mais distantes rincões de país, às vezes, a serviço do governo e na maioria delas, por conta própria. Sobreviveu a três naufrágios, um duelo, uma queda em poço de elevador e à morte do filho, jovem oficial da FAB que desapareceu com avião e em numa tempestade na Serra do Mar. Acusado de subversão e enquadrado no AI-5, também foi perseguido pelos catedráticos da “História Oficial” por seus romances que davam preferência ao discurso dos excluídos.
Faleceu em 13 de junho de 1989 na cidade do Rio de Janeiro, mas sobreviveu a essa parca-memória nacional através de seus livros. Seus leitores e amigos torcem para que sejam publicados seus trabalhos inéditos, entre os quais “A Força Vermelha” (1987) e o romance “Rotas de Além-Mar” (1988), além de um livro de poesias e roteiros para cinema.
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